Turma do Pipoca

Curiosidades

01 - Como surgiu o cinema?

Dois irmãos franceses, Auguste e Louis Lumière, criaram, em 1895, um aparelho chamado cinematógrafo. Com ele, realizaram um sonho da humanidade: conseguir representar o movimento de forma bem natural. Vários experimentos de cientistas do mundo inteiro estavam sendo testados, mas foi a invenção dos irmãos Lumière que permitiu a realização da primeira sessão de cinema da história no dia 28 de dezembro daquele ano, no Grand Café do Boulevard des Capucines, em Paris. Eram pequenos filmes que retratavam cenas do cotidiano, como a saída dos funcionários de uma fábrica ou a chegada de um trem na estação.


02 - Mas então, quando começaram a filmar histórias inventadas?

 Alguns anos mais tarde, outro francês, chamado Georges Méliès, descobriu que o cinematógrafo podia ser usado para criar fantasia. Usou a sua sensibilidade de mágico profissional e diretor de teatro e realizou em 1902 o que é considerado o primeiro filme de ficção científica: “Viagem à Lua”. Outros artistas se encantaram com as possibilidades do cinema. Nos Estados Unidos, David Ward Griffith provou que um filme é um ótimo meio para se contar uma grande história. E também os alemães, os russos, os ingleses e os italianos contribuíram para o desenvolvimento do cinema como espetáculo artístico. Mas naquela época, os filmes eram ainda mudos e em preto e branco.


03 - Quer dizer que não existiam a cor nem o som?

Bem, várias experiências foram realizadas para colorir os filmes. Muitos artistas pintavam, à mão, os negativos, imagem por imagem. Quanto ao som, havia orquestras nas salas de cinema que tocavam músicas de acompanhamento para as cenas projetadas. Só em 1927, o primeiro filme sonoro foi lançado: “O Cantor de Jazz”, dirigido por Al Jolson. E em 1935 o diretor americano Rouben Mamoulian exibiu o seu “Vaidade e Beleza”, primeiro filme de longa-metragem inteiramente colorido através do processo Technicolor.


04 - Depois disso os filmes ficaram como os de hoje?

Os recursos sonoros passaram a ser utilizados sempre, mas os filmes coloridos só se tornaram mais freqüentes a partir da década de 60. No entanto, as transformações não pararam por aí. Em 1941, o americano Orson Welles apresentou muitas inovações no jeito como filmou “Cidadão Kane”, considerado por muitos o filme mais importante da historia do cinema. Enquanto isso, na Itália surgiam filmes que pretendiam descrever a realidade social italiana, era o “neo-realismo”, escola que influenciou as cinematografias de vários países. Já no final dos anos 50, na França, inaugurou-se a “nouvelle vague”, uma tendência do cinema francês que revelava interesse e estilo diferentes das outras cinematografias. Assim, percebeu-se que muita coisa ainda poderia ser criada no cinema. As tecnologias foram aprimoradas, os computadores passaram a ser uma ferramenta importante para a montagem e a criação de efeitos especiais. Hoje temos o videocassete, o DVD e as salas de cinema são muito sofisticadas. Muita gente trabalha para fazer o cinema um espetáculo cada vez mais bonito e surpreendente.


05 - Cinema americano, francês, alemão...e o cinema brasileiro?

As notícias correram rapidamente. Menos de sete meses depois da primeira exibição dos filmes dos irmãos Lumière, em Paris, o cinematógrafo chegou ao Brasil. Já se podia, então, assistir no Rio de Janeiro a projeções de filmes com cenários brasileiros. Os primeiros realizadores eram geralmente imigrantes europeus que vinham viver no Brasil, trazendo as novidades do velho mundo na mala. E como em todo mundo, os nossos primeiros filmes retrataram pequenas cenas do cotidiano. Depois, foram as filmagens de curtas peças teatrais, adaptações literárias ou histórias inspiradas nas notícias de jornais, principalmente das páginas policiais.


06 - Ouvi falar dos ciclos regionais do cinema brasileiro. O que eram?

Do ano de 1912 até a década de 30 ocorreram os chamados ciclos regionais do cinema brasileiro. No Rio Grande do Sul, Recife, Manaus, Campinas e Cataguases-MG, pequenos grupos de pessoas se esforçavam para produzir filmes de curta metragem. Entre os diretores se destacaram Humberto Mauro, Silvino Santos e Adhemar Gonzaga, que também criou a primeira revista de cinema do país, a Cinearte, em 1926. Quatro anos depois, um jovem brasileiro recém chegado da Europa, Mario Peixoto, filmou “Limite”, um marco do cinema nacional. Mas a idéia de uma indústria cinematográfica brasileira só aconteceu nos anos 30, com as intervenções do Estado no sentido de criar mecanismos de fortalecimento da identidade nacional.


07 - Que tipo de apoio o cinema recebeu nesta época?

O governo estabeleceu cotas de exibição de filmes nacionais, para tentar minimizar a hegemonia do cinema americano, que já era muito importante naquela época. Foi o momento da fundação de companhias cinematográficas como a Cinédia, a Brasil Vita Filme e a Sonofilmes. Foi o início também da participação das grandes estrelas do rádio. E em 1941 foi fundada a Atlântida, conhecida principalmente por produzir as chanchadas com Grande Otelo e Oscarito. No final desta década, em São Paulo, a companhia cinematográfica Vera Cruz pretendia ser a Hollywood brasileira e depois se popularizou produzindo os filmes de Mazzaropi.


08 - Foi aí que surgiu o movimento chamado 'Cinema Novo'?

Em oposição ao cinema industrial, começaram a surgir, no final dos anos 50, produções independentes que culminaram no movimento no Cinema Novo brasileiro, cujo cineasta mais cultuado em todo o mundo é Glauber Rocha, diretor de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de 1963. Nessa época, o cinema feito no Brasil ganhou prestígio e até prêmios em festivais internacionais.
Com esse impulso, muitos filmes foram realizados na década de 70 e o público brasileiro lotava as salas de cinema batendo recordes de bilheteria, como os mais de 10 milhões de espectadores que assistiram ao filme “Dona Flor e seus dois maridos”, de Bruno Barreto.


09 - E este sucesso permanece até hoje?

No início da década de 80 ainda havia uma expressiva produção e um grande público para o cinema nacional, mas a concorrência de Hollywood tornou-se mais dura e algumas produtoras brasileiras investiram no segmento erótico como atrativo. O período representou a decadência do cinema brasileiro, embora filmes importantes tenham sido produzidos nessa época. Mas praticamente tudo acabou com o governo do presidente Fernando Collor, que pôs fim à política de suporte ao cinema. Felizmente, nos anos 90 algumas coisas mudaram e surgiu o chamado cinema da retomada.
 


10 - O que é o cinema da retomada?

No governo Itamar Franco, em 1993, foi criada a Lei do Audiovisual, de incentivo fiscal à produção, o que impulsionou o ressurgimento do cinema nacional. “Carlota Joaquina”, de Carla Camurati, foi, então, o marco desse Cinema da Retomada, que está reconquistando o público nacional e o prestígio internacional. “O Quatrilho”, “Central do Brasil”, “O Auto da Compadecida”, “Bicho de Sete Cabeças” e “Cidade de Deus” são bons exemplos desse renascimento. Mas muito ainda tem que ser conquistado para que o cinema brasileiro possa se consolidar como indústria e exemplo de arte e cultura do nosso povo.


11 - Quanta história!

Sim, é verdade, o cinema já tem mais de cem anos e muito se comemorou por causa disso, em todo o mundo. É que ele pode ser informativo, educativo, de entretenimento e arte em seus diversos gêneros: comédia, drama, musical, documentário, etc. O cinema gera empregos diretos e indiretos, movimenta a economia, proporciona lazer, cria uma identidade da nossa cultura; muito se aprende com os filmes. E hoje, é difícil não pensar nos filmes como momentos marcantes de nossa própria vida e história. O cinema é também um ótimo pretexto para encontrar nossos amigos. Por falar nisso, você quer ir ao cinema hoje?


Você conhece?

MOSTRINHA DE CINEMA
Como parte integrante da Mostra de Cinema de Tiradentes, da CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto e da CineBH - Mostra de Cinema de Belo Horizonte, o público infanto-juvenil tem programação garantida – a Mostrinha de Cinema – que inclui a exibição de longas e curtas-metragens, oficinas de cultura e teatro de rua.

 


Você Sabia?

• Em 1930, Adhemar Gonzaga fundava a Cinédia, o primeiro grande estúdio cinematográfico brasileiro, no Rio de Janeiro.

• Em 1936, a atriz portuguesa Carmem Miranda estreou no cinema com o filme “Alô Alô Carnaval”, de Adhemar Gonzaga, produzido pela Cinédia.

• Em 1940, Carmem Miranda estreava em Hollywood com o filme “Serenata Tropical” iniciando uma carreira de muito sucesso.

• Em 1953 “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, recebeu o prêmio de melhor filme de aventura no Festival de Cannes.

• Em 1962 o filme de Anselmo Duarte, “O Pagador de Promessas”, ganhou a Palma de Ouro em Cannes.

• Em 1980 o vencedor do Festival de Moscou foi o filme brasileiro “O Homem que Virou Suco”, dirigido por João Baptista de Andrade.

• Em 1981 “Eles não usam Black-Tie”, dirigido por Leon Hirzman, venceu em Veneza.

• Em 1982 o curta de animação “Meow”, de Marcos Magalhães, foi premiado em Cannes

• Em 1985 a atriz Marcélia Cartaxo ganhou o Urso de Prata, em Berlim, pela sua atuação em “A Hora da Estrela”, de Suzana Amaral.

• Em 1986 Fernanda Torres foi eleita a melhor atriz no Festival de Cannes, pelo filme “Eu Sei que Vou Te Amar”, dirigido por Arnaldo Jabor.

• Em 1987 Ana Beatriz Nogueira ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, com o filme “Vera”, de Sérgio Toledo. E uma retrospectiva da história do cinema brasileiro foi realizada em Paris.

• Em 1991 o curta “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, recebeu o Urso de Prata em Berlim.

• Em 1997 “O Sertão das Memórias”, de José Araújo, foi premiado em Sundance.

• Em 1998 foi realizada a 1ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes apresentando obras do cinema brasileiro contemporâneo.

• Em 1998 “Central do Brasil” rendeu a Walter Salles o prêmio de melhor filme e a Fernanda Montenegro o de melhor atriz no Festival de Berlim.

• Em 2000 foi criado o Fórum Nacional dos Organizadores de Eventos Audiovisuais Brasileiros (Fórum dos Festivais).

• Em 2001 foi criada a Agência Nacional de Cinema (ANCINE).

• Em 2002, Eduardo Valente foi o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Cinefoundation, no Festival de Cannes, por seu curta “Um Sol Alaranjado”; “Bicho de Sete Cabeças”, de Laís Bodanzky, ganhou o prêmio de melhor longa-metragem de ficção e “Babilônia 2000”, de Eduardo Coutinho, ficou com o prêmio de melhor longa documentário na cerimônia do Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro.

• Em 2006 foi idealizado mais um empreendimento audiovisual – a CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto – pioneiro na preservação do cinema brasileiro.

• Em 2007, a CineBH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte inicia a discussão sobre o mercado do cinema brasileiro.

• Em 2008, reunindo a Mostra de Cinema de Tiradentes, a CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto e a CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte é lançado o programa Cinema Sem Fronteiras.


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